Declaração é de diretora de instituto de pesquisa; não foram divulgados dados embasando a fala. Afimação foi feita após farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciarem que vacina candidata contra a Covid-19 tinha alcançado esse índice de eficácia, também sem publicar estudos. Anúncio foi feito no quarto dia consecutivo de recorde de casos no país. A foto, do dia 6 de agosto, mostra a vacina desenvolvida na Rússia contra a Covid-19, a primeira a ser registrada em todo o mundo contra a doença.
Handout / Russian Direct Investment Fund / AFP
A Rússia anunciou, nesta segunda-feira (9), que uma de suas vacinas candidatas contra a Covid-19, a Sputnik V, também tem “mais de 90%” de eficácia contra a doença. O anúncio foi feito horas depois de as farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciarem que sua vacina candidata contra a Covid-19 tinha alcançado esse índice de eficácia.
Não foram publicados estudos que embasassem os anúncios da Rússia ou das farmacêuticas.
“Somos responsáveis por monitorar a eficácia da vacina Sputnik V entre os cidadãos que a receberam como parte do programa de vacinação em massa”, disse Oksana Drapkina, diretora de um instituto de pesquisa do Ministério da Saúde russo, em um comunicado.
“Com base em nossas observações, também é superior a 90%. O aparecimento de outra vacina eficaz – esta é uma boa notícia para todos”, declarou.
A taxa de eficácia representa quantas pessoas receberam a vacina, durante os testes de fase 3, e não ficaram doentes. Se essa taxa é de 90%, isso significa que, entre as pessoas vacinadas, 90 a cada 100 (ou 9 a cada 10) não ficaram doentes, ou seja, que a vacina foi capaz de protegê-las.
Mais cedo, o diretor do Instituto Gamaleya, que desenvolveu a Sputnik V, disse que espera publicar, “no futuro próximo”, os resultados preliminares dos testes da vacina. A imunização está em testes de fase 3 na Rússia e o governo espera começar a vacinação em massa até o fim de 2020, segundo a agência de notícias estatal russa Tass.
Primeiro registro
A Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina contra a Covid-19 no mundo, em agosto. O anúncio gerou preocupação entre cientistas, entre outros motivos, por causa do anúncio dos testes de fase 3 e da vacinação em massa de forma simultânea (veja detalhes sobre as fases de testes de uma vacina mais abaixo).
Em outubro, o país anunciou a sua segunda candidata e pediu aprovação do uso emergencial da primeira vacina, a Sputnik V, à Organização Mundial de Saúde (OMS). A vacinação em massa da população russa com a segunda vacina está prevista para o ano que vem, de acordo com a Tass.
O governo russo firmou uma parceria com o governo do Paraná para produção da vacina em solo brasileiro. No mês passado, o fundo russo que financia o desenvolvimento da Sputnik V anunciou que o Brasil poderia começar a produzi-la em dezembro.
Recorde de infecções
Profissionais de saúde usando equipamentos de proteção individual cuidam de paciente com Covid-19 em hospital de campanha em Moscou, na Rússia, no dia 30 de outubro.
Alexander Avilov/Moscow News Agency/Handout via Reuters
O anúncio sobre a eficácia da Sputnik V foi feito no mesmo dia em que a Rússia bateu um novo recorde de casos diários da Covid-19: foram 21.798 novas infecções de domingo (8) para segunda, de acordo com o centro de crise russo. É o quarto dia consecutivo que o país tem mais de 20 mil novos casos diários.
Ao todo, são 1.796.132 casos registrados na Rússia desde o início da pandemia. O país tem 30.793 mortes pela doença.
Como funcionam as 3 fases
Nos testes de uma vacina – normalmente divididos em fase 1, 2, e 3 – os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização foi capaz de induzir uma resposta imune, ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo.
ETAPAS: por que a fase 3 dos testes clínicos é essencial para o sucesso e a segurança das vacinas
Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; e os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência em achar uma imunização da Covid-19, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.
Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.
VÍDEOS: veja novidades sobre vacinas contra a Covid-19

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Jornalista, produtor cultural e escritor. Walney de Souza Rosa (Vavá Rosa) presta assessoria e escreve para sites de Mato Grosso e de todo o Brasil. Seus artigos literários e culturais já foram publicados em jornais da Europa, Canadá e Estados Unidos. Idealizador e Fundador em 21 de janeiro de 2011 da Academia Lítero-Cultural Pantaneira, que compõe escritores, poetas, músicos e defensores da cultura pantaneira (com sede em Poconé) Entre obras já publicadas: A fé e o fuzil (A história de Doninha do Caeté); Boca da Noite (Ficção policial); Ei amigo (A história do Lambadão de Poconé).

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