A 5ª Vara Criminal da Justiça Federal de Mato Grosso, com parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF), atendeu solicitação do ex-presidente da Assembleia José Riva e quebrou os sigilos bancários do ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Alencar Soares, do engenheiro Acidemando de Moraes Carvalho e a Agropecuária Matrinchã Ltda. Com isso, pretende rastrear o destino de aproximadamente R$ 2,5 milhões que foram desviados da Assembleia para compra da vaga que foi ocupada pelo ex-deputado estadual Sérgio Ricardo, hoje afastado do cargo por determinação judicial.
Em petição à 5ª Vara Criminal da Justiça Federal de Mato Grosso, a defesa de Riva identificou o destino de quase R$ 2,5 milhões desviados da Assembleia para a contas de Acidemando de Moraes Carvalho e a Agropecuária Matrinchã. Ambos são ligados a Alencar Soares.
Na mesma petição, Riva solicitou que a Justiça Federal quebrasse o sigilo bancário de Alencar Soares para chegar aos seus parceiros na venda da vaga no TCE. Segundo o ex-presidente da Assembleia, a cadeira do conselheiro afastado Sérgio Ricardo custou R$ 15 milhões. Outros R$ 4 milhões usados na transação foram identificados na delação premiada do empresário Júnior Mendonça enquanto o restante do valor ainda está sendo rastreado.
Negociação da vaga
Em depoimento à Justiça Federal, José Riva afirmou que a compra da vaga no TCE ocupada por Sérgio Ricardo custou R$ 15 milhões. Além disso, declarou que a negociação teve o aval do ex-governador e ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP).
José Riva detalhou a negociação quando passou à condição de colaborador unilateral da ação penal, com manifestação favorável do Ministério Público Federal (MPF) em março de 2019.
Segundo José Riva, o acordo para comprar a vaga do ex-conselheiro Alencar Soares para o para Sérgio Ricardo foi definido na eleição da Mesa Diretora da Assembleia em 2009. De acordo com o depoimento, o primeiro repasse de Sérgio Ricardo para Alencar Soares, no valor de R$ 2,5 milhões, que teriam sido desviados do Legislativo, teve o ex-secretário da Assembleia, Luiz Márcio Bastos Pommot, como testemunha.
Fonte: Jacques Gosch do RDNews