No cangaço, na época de lampião, os retirantes nordestinos ou os revolucionários do cangaço só partiam para uma caminhada tendo no bojo uma grande porção de farinha e bastante rapadura.

A cada jornada o líder escolhia um dos homens (ou mulher) para carregar a farinha e a rapadura.

Nos longos trajetos percorridos a farinha e a rapadura com poucos goles de água davam forças para chegarem ao seu destino.

Com a morte de Lampião, Corisco, seu fiel escudeiro não determinava quem seria o “guerreiro” para carregar a farinha e a rapadura, consequentemente todos se achavam capazes para guardar aquele alimento e na hora de dividir até mesmo Corisco e Dada (sua esposa) ficavam sem um punhado de farinha e um pedacinho de rapadura.

Dizem alguns historiadores que foi o desentendimento do grupo por causa da farinha e da rapadura que os soldados (amarelinhos) capturaram o bando e prenderam uns poucos matando outros.

Na política os “entendidos”, pré-candidatos ou não, deveriam perceber que eleição de 2024, sem o nome de Tatá Amaral no páreo não é uma simples divisão de farinha e rapadura: – “Agora é a minha vez e pronto”.

Todos poderão ter grande chance, deverão apresentar boas propostas, mas ao olharem paro o próprio umbigo, devem perceber que podem (Se dividir o grupo e ficarem separados) ter grandes dificuldades de permanecer no poder.

A farinha e a rapadura nem sempre dá pra todo mundo.

Errônea é a afirmação: “Eu não faço aliança com fulano e beltrano”; isso não é bem assim…

Vamos recordar que: Ney Rondon foi secretário de Luiz Vicente esposo de Ornella; Meyre Adauto foi candidata a Vice de Amaury Campos que era do PFL (Hoje UB); Clóvis Martins foi Vice de Luiz  Vicente; Tata Amaral foi candidato a Vice de Lauro Eubank; Carlina foi vice de Euclides; Tico de Arlindo e Meyre foram vices de Clovis; Pedro Fontes foi candidato a vice de Euclides; assim como Carla Rondon candidata a vice de Meyre; Chindão candidato a vice de Dr. Jonas; Ademir Zulli candidato a Vice de Nei Rondon, o PT já apoiou o MDB e recentemente o União Brasil (UB / DEM / PFL); o PSDB já somou com o PFL; etc, etc, etc.

Pessoas ensaiando sorrisos, apertos de mão, alguns negando o quanto Poconé já melhorou, outros na onda da atual gestão, outros sonhando mesmo condenados…

O pavão de hoje pode ser o espanador de amanhã…

A nós cidadãos resta torcer que Tatá Amaral continue trazendo desenvolvimento para nossa cidade nos próximos 22 meses e que o próximo prefeito, que irá assumir somente em janeiro de 2025, não faça da prefeitura uma divisão de farinha e rapadura, se engasgando com rapadura e entalando com farinha.

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Jornalista, produtor cultural e escritor. Walney de Souza Rosa (Vavá Rosa) presta assessoria e escreve para sites de Mato Grosso e de todo o Brasil. Seus artigos literários e culturais já foram publicados em jornais da Europa, Canadá e Estados Unidos. Idealizador e Fundador em 21 de janeiro de 2011 da Academia Lítero-Cultural Pantaneira, que compõe escritores, poetas, músicos e defensores da cultura pantaneira (com sede em Poconé) Entre obras já publicadas: A fé e o fuzil (A história de Doninha do Caeté); Boca da Noite (Ficção policial); Ei amigo (A história do Lambadão de Poconé).

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