POCONÉ: Áudio acusa Prefeito de comprar Juíza e Promotor

Walney Rosa
março 15, 2024 - 8 meses atrás

Mais de 12 Boletins de Ocorrência que denunciam responsável por fake News e crimes na internet já chegaram ao MP e Justiça

Pra produzir essa reportagem o MTTotal teve acesso as vítimas, aos Boletins de Ocorrência, aos áudios e vídeos, documentos oficiais e fontes preservadas.

Em Poconé, cidade pantaneira de Mato Grosso, distante 100 quilômetros ao sul da capital, Cuiabá, dezenas de pessoas tem reclamado denunciado e registrado Boletim de Ocorrência, até mesmo levado as reclamações ao Ministério Público com intuito de interromper a circulação de notícia falsa, áudios e montagens de vídeo na cidade que gera desinformação, além de mensagens difamatórias.

A origem tem nome, e CPF. Desde 2021 até hoje são mais de 12 Boletins de Ocorrências registrados contra Fabio Antônio Alves Pádua, administrador do grupo de WhatsApp “Avança Poconé” e participantes de tantos outros, como ‘Poconé em ação’ e ‘Poconé pede socorro’.

O objetivo da maioria das mensagens de fake news é de prejudicar pessoas, familiares e difamar os poderes constituídos e autoridades.

Já foram vítimas, mulheres, crianças, conselho tutelar, todos os vereadores, o prefeito municipal, sua esposa, secretários e diretores, e agora até mesmo a Juíza da Comarca e o Promotor de Justiça são vítimas.

CALÚNIA CONTRA PROMOTOR E JUÍZA:

Um dos mais recentes áudios distribuídos pela internet, o já denunciado Fábio de Pádua, insinua que o prefeito de Poconé comprou a Juíza e o Promotor da cidade.

Transcrição de parte do áudio:

“… Pois então; Transferência da Juíza de Poconé: Local ignorado.

Prepare o dinheiro Tatá, que você vai ter que comprar outros agora.

É; Tatá Amaral e sua quadrilha, a casa caiu.”

POCONÉ SOFRE ATAQUE:

A sociedade já denunciou, tendo em vista que reiteradamente poconeanos são chamados de “vermes, idiotas, pretos, putas, vendidos, preguiçosos, ignorantes” entre outros palavrões impronunciáveis e apelidos depreciativos.

Os crimes cometidos são os mais variáveis, desde homofobia a preconceito, Maria da Penha, até racismo distribuídos nas redes sociais.

Os canais de segurança pública da Polícia já foram acionados e até agora nenhum o resultado. O criminoso e os criminosos que replicam as mensagens ainda não foram punidos.

CRIMES PELA INTERNET:

Caso haja uma decisão judicial nos próximos dias, pode ser determinado exclusão de grupos de WhatsApp, punidos os administradores e os distribuidores de mensagens mentirosas, bem como as plataformas podem ser acionadas para retirada dos conteúdos.

A classificação de crimes virtuais é muito ampla e vai de ações relacionadas a crime contra honra, montagem de vídeos para difamar pessoas, bullying digital até as críticas sem provas a autoridades eletivas e poderes constituídos como Legislativo, Executivo e Judiciário, bem como pronunciamentos mentirosos sobre Ministério Público, forças armadas ou polícia militar e civil.

A divulgação, através da internet, de mensagens ofensivas, difamatórias e não autorizadas, configura ato ilícito indenizável. A justiça brasileira já condenou pessoas por publicar e compartilhar vídeos no Youtube ou redes sociais bem como áudios identificados autores.

CASO SIMILAR AO DE POCONÉ:

Em janeiro deste ano a Justiça Eleitoral determinou ao WhatsApp, empresa do Face book, a identificação em 24 horas dos IP´s dos responsáveis pela divulgação da fake news contra o pré-candidato à prefeitura de Maringá, Silvio Barros (Progressistas). A decisão do juiz eleitoral Nicola Frascati Junior também proíbe o compartilhamento do arquivo e define multa para o descumprimento da decisão.

PREFEITURA:

Servidores e o próprio prefeito já registraram Boletim de Ocorrência contra o criminoso e seus parceiros.

CÂMARA DOS VEREADORES:

Depois de registrar denúncia formal, na mais recente sessão legislativa, cansados de aguardar ação da justiça, o parlamento aprovou por unanimidade uma Moção de Repúdio à Fábio Antônio Alves de Pádua, em desagravo aos constantes ataques que a sociedade poconeana vem recebendo nas redes sociais.

JUDICIÁRIO:

Por telefone a Juíza da Comarca de Poconé, Kátia Rodrigues, atendeu nossa reportagem encaminhando o conteúdo para a Assessoria de Imprensa que por sua vez encaminhou as mensagens para a Corregedoria Geral do TJ-MT, por tratar de calúnia proferida contra a Juíza da Comarca. A Assessoria de Imprensa da Corregedoria atendeu nossa reportagem por telefone e decidiu que por hora não manifestará sobre o assunto.

MINISTÉRIO PÚBLICO:

Segundo Assessoria, as denúncias já eram de conhecimento da promotoria de Poconé. Obtivemos informação que o promotor de Justiça Mário Antero Silveira de Souza Bueno, levou o caso para a AMMP/MT – Associação Mato-grossense do Ministério Público.

FÁBIO ANTÔNIO ALVES PÁDUA:

A redação do MTTotal teve acesso a 15 Boletins de Ocorrências em desfavor a Fábio Pádua, todos de vítimas diferentes. Os mais recentes são crimes pela internet, calunia, difamação e propagação de fake news.

Porém, a vítima B. A. de A., registrou B.O. em 2011, por Falsidade Ideológica e Estelionato consumado, quando Fábio se apresentou como funcionário da Caixa Econômica Federal enganando pessoas e vendendo supostos benefícios para entrarem no programa de habitação minha casa minha vida (Menciona o BO).

As vítimas: C. M. P. C. e K. T.  A. M. denunciaram Fábio por aplicar golpe contra pessoas inclusive contra um Centro Espírita, mentindo que seu filho estava doente e assim recebendo dinheiro de doações (Menciona o BO).

As vítimas F. P. S. N. e F. P. S. N., em agosto de 2022, sofreram estelionato praticado por Fábio, ao qual retirava dinheiro das pessoas mentindo que tinha um filho com fratura na coluna em um hospital (Menciona o BO).

Outro registro em 2016, consta que Fábio teria sido preso em flagrante pelo crime previsto no art. 171 do Código Penal, registrado no “Auto de Prisão em Flagrante n.º: 430543”. Após cumprir prisão só foi “concedido liberdade provisória” ao autuado sendo aplicada medida cautela e usos de tornozeleira (Monitoração eletrônica).

MARIA DA PENHA: Violência Contra a mulher: ação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso pela Segunda Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, por tentativa de assassinato de sua então esposa. Em 2015, FABIO ameaçou sua companheira J. R. B. S., pois ele “consumia bebida alcoólica, ficava agressivo e violento no convívio familiar”. Na ocasião tentou bater na esposa e pegou um facão e a ameaçou de morte”.

FURTO DE TÊNIS: Segundo consta no nos altos de um dos processos contra Fábio, ele teria sido absolvido de um crime pelo “Princípio da Insignificância” – “furtos de pequeno valor”,

Consta no parecer do Juiz que “No caso, não há como deixar de reconhecer a mínima ofensividade do comportamento do paciente, que subtraiu dois pés de tênis (com numeração diversa) avaliados em R$ 30,00 (trinta reais).

Para o crime foi registrado que: “Além da conduta ser escandalosa, imoral, esdrúxula, pecaminosa é também ofensiva à bem jurídico penalmente tutelado”.

FALCIDADE IDEOLÓGICA:  Se dizia médico. Noticiado em todos os meios de comunicação do estado em 2003, a Polícia Militar prendeu em flagrante o estelionatário Fábio Antônio Alves Pádua (na época com 34 anos), que se fazia passar por médico para extorquir dinheiro de municípios do interior do Estado. Pádua foi preso em flagrante quando tentava dar o golpe na Prefeitura da Feliz Natal.  O golpe já havia sido praticado contra a prefeitura de Cáceres, Rondonópolis, Pontes e Lacerda, Tangará da Serra e Pedra Preta.

CONFIRME AS INFORMAÇÕES NOS LINKS ABAIXO

https://www.jusbrasil.com.br/processos/nome/306366873/fabio-antonio-alves-padua
https://www.gazetadigital.com.br/editorias/policia/golpista-se-finge-de-medico-para-levar-vantagem/1960
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As opiniões e ideias expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor e não refletem necessariamente a posição do Mato Grosso Total.

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