Pagamentos internacionais no varejo: como os brasileiros turistas estão comprando no exterior?

Ainda sem Pix internacional, viajantes utilizam métodos de pagamento como dinheiro em cédulas e cartão de crédito

Foto: IStock/FreshSplash

Além de conhecer novas culturas, visitar pontos turísticos e descansar, muitos brasileiros aproveitam as viagens internacionais para fazer compras no varejo. Isso porque a possibilidade de adquirir produtos a preços mais baixos e sem a incidência de certos impostos estimula o consumo de eletrônicos, roupas, cosméticos e outros itens mais baratos no exterior ou indisponíveis no território nacional. 

No entanto, é fundamental estar ciente das regras de importação estabelecidas pela Receita Federal do Brasil (RFB) para evitar surpresas desagradáveis ao retornar ao país. O limite de compras no exterior sem taxação é de US$ 1 mil, por via aérea ou marítima, além de US$ 1 mil para aquisições em lojas free shop. 

Dentro dessas cotas, os viajantes podem trazer produtos sem pagar taxas extras. Nesse sentido, itens de uso pessoal, como roupas, celulares e livros, são isentos de encargos, desde que em quantidades compatíveis. 

Já produtos que excedem os limites ou não se encaixam nessa modalidade, como lembrancinhas e bebidas alcoólicas, estão sujeitos a tributação. Se ultrapassar, é necessário pagar a tarifa de importação, que equivale a 50% do valor excedente.

No contexto do varejo internacional, os turistas brasileiros têm adotado diferentes métodos de pagamento. Segundo pesquisa realizada pela fintech Revolut, o dinheiro em espécie segue como a opção mais utilizada, com 61% deles optando por esse meio. Afinal, a troca de moeda em casas de câmbio no país pode ser vantajosa por conta da previsibilidade da cotação. Contudo, essa alternativa envolve riscos como perdas e roubos. 

Além disso, há a incidência de um Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1,1%, bem como de encargos administrativos, que podem variar conforme o local. Ademais, a conversão pode ser mais cara, caso a troca da moeda ocorra no país de destino, pois as taxas cobradas para estrangeiros costumam ser mais elevadas.

Outra alternativa amplamente adotada é o cartão de crédito internacional, que, segundo o estudo mencionado, é utilizado por 66% dos turistas em emergências. Essa opção garante praticidade e segurança, bem como permite o acúmulo de milhas, cashback, parcelamento e outros benefícios. 

No entanto, o IOF sobre esse método é superior a 3%, além das tarifas bancárias e da variação cambial entre a data da compra e o fechamento da fatura, que podem tornar o valor final mais alto do que o previsto. 

Para minimizar esses custos, alguns viajantes recorrem aos cartões pré-pagos, que oferecem mais controle financeiro. Isso porque funcionam como os de débito, permitem o carregamento prévio em moeda estrangeira e garantem a cotação do câmbio no momento da recarga. Apesar disso, não contam com programas de vantagens e podem ter tributos de saque elevados.

Com o avanço da digitalização, novas formas de pagamento começam a ganhar espaço no varejo internacional. Transferências bancárias internacionais continuam sendo uma opção para quem deseja enviar dinheiro diretamente para contas no exterior, mas o valor elevado e a demora no processamento ainda são obstáculos. Alternativamente, algumas plataformas digitais oferecem métodos mais rápidos e com tarifas menores.

Isso porque, apesar de o Banco Central ainda não ter implementado o Pix internacional, ferramentas semelhantes já são aceitas em diversos países. Algumas empresas também funcionam como intermediárias, oferecendo uma conta nacional para transações no exterior. Então, seja para adquirir roupas, eletrônicos ou presentes, a diversidade de métodos de pagamento torna a experiência de comprar mais acessível e segura. Dessa forma, em meio à experiência de explorar novos destinos, fazer compras durante a viagem pode ser uma forma vantajosa de adquirir produtos desejados e, ao mesmo tempo, economizar.