Muita ajudaria quem não atrapalhasse, pois a decisão afetaria regras de licenciamento, estudo de impacto e compensação ambiental.

Não bastassem os prejuízos econômicos dos pantaneiros, verdadeiros defensores do pantanal, não bastasse o prejuízo ambiental, agora o Pantanal de MT, que teve quase um quarto de sua área destruída pelas queimadas tem suas decisões de preservação impostas de dentro de escritórios goela abaixo dos pantaneiros.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) considerando o Congresso omisso na definição de uma legislação que proteja o Pantanal.

Apesar de ser verdade, tendo em vista que o congresso teve tempo de fazer o dever de casa e não fez, não defendeu o pantanal e o homem pantaneiro quando deveriam.

E assim sendo o Ministério Público Federal (MPF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) concessão de medida cautelar para determinar que o Pantanal seja provisoriamente equiparado à Mata Atlântica, sobretudo no tocante a regras de licenciamento, estudo de impacto e compensação ambiental, bem como as vedações e restrições por ela impostas à supressão de vegetação nativa do bioma, até que se regulamente as regras próprias para o Pantanal.

Fato que o baiano e professor universitário de direito e atual procurador-geral da República, Augusto Aras, não conhecer bem o pantanal, esta decisão irá prejudicar famílias inteiras, comunidades, municípios e ambos os estados de mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O pedido está nas mãos do ministro Marco Aurélio Mello (STF). “O requerimento de tutela de urgência dá-se em vista da possibilidade de danos ao patrimônio ambiental nacional, mediante a falta de regulamentação da exploração de recursos naturais e da necessidade de preservação do Pantanal mato-grossense”, justificou o PGR na peça.

Os parlamentares da região se movimentam para tentar impedir a medida.

O senador Wellington Fagundes (PL-MT), que foi presidente da comissão externa que investigou os incêndios no Pantanal no ano passado, disse que a concessão da cautelar seria catastrófica para a economia local.

“A Mata Atlântica tem regras mais rígidas do que o Pantanal, pois quase  não tem atividade.

O Pantanal tem bovinocultura, turismo. Se acatar, isso é fechar o Pantanal, é inadmissível. Imobilizaria todas as várias atividades da região”, afirma.

O senador apresentou, no ano passado, a proposta para criação de um estatuto do Pantanal, com o objetivo de conciliar produção, proteção e segurança jurídica nas atividades locais.

Fagundes aponta que mais de 90% do território pantaneiro está nas mãos da iniciativa privada e a preservação recai toda sobre os proprietários. Não existem, contudo, linhas de crédito que contemplem esses objetivos. 

“Ainda há um longo caminho para a proposta virar lei.

O estatuto é uma lei geral que abarca o bioma Pantanal, com o que pode e o que não pode fazer. Está bem estruturada a proposta, teve contribuições da Embrapa, das universidades, mas é preciso discutir mais. Isso leva, pelo menos, seis meses”, avalia Fagundes.

O senador solicitou uma audiência com ministro do STF, Marco Aurélio, para esclarecer que há um estatuto com a finalidade de proteger o pantanal e que equiparar os dois biomas traria “catástrofes para a economia local”.

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Jornalista, produtor cultural e escritor. Walney de Souza Rosa (Vavá Rosa) presta assessoria e escreve para sites de Mato Grosso e de todo o Brasil. Seus artigos literários e culturais já foram publicados em jornais da Europa, Canadá e Estados Unidos. Idealizador e Fundador em 21 de janeiro de 2011 da Academia Lítero-Cultural Pantaneira, que compõe escritores, poetas, músicos e defensores da cultura pantaneira (com sede em Poconé) Entre obras já publicadas: A fé e o fuzil (A história de Doninha do Caeté); Boca da Noite (Ficção policial); Ei amigo (A história do Lambadão de Poconé).

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