ESPAÇO CULTURAL: Festa de São Benedito iniciou dia 11 e se estende até 30 de junho, e Cavalhada acontece neste sábado, 22, em Poconé

O ESPAÇO CULTURAL – Cavalhada de Poconé, é um oferecimento do POSTO SANTA RITA Localizado na Av. Aníbal de Toledo, entrada da cidade – Poconé-MT / Fone: 65 3345-1064 ou 65 6.9925-2542

Os Festeiros de 2024: Imperador Catarino Pedroso de Barros, Imperatriz Marilde de Barros Peixoto de Azevedo, Capitão do Mastro Douglas Aguiar de Almeida Lobo e Rainha da Cavalhada Clícia Vitória Almeida Barros, são os responsáveis junto a Irmandade do Glorioso São Benedito pela organização da Festa.

A Festa este ano é realizada pelos Festeiros 2024, organizada pelo Grupo Os Mascarados, com apoio da Prefeitura de Poconé e Sicred, tendo como patrocinador o Governo do Estado pela Secretaria de Cultura – Secel.

A programação que iniciou desde 11, se estende até domingo 30 de junho, envolvendo religiosidade, fé e manifestação cultural.

A cultura se destaca na Cavalhada, tendo em vista que no interior do Brasil, no estado de Mato Grosso, no coração do Pantanal ainda se pode ver dramatização da luta entre mouros e cristãos.

A CAVALHADA:

A Cavalhada de Poconé retrata a épica luta entre Mouros e Cristãos pela conquista do Centro Norte da Europa, tendo uma parcela de memória a guerra de Tróia na Mitologia Grega; A versão mitológica da guerra está contida nos poemas épicos de Homero: “A Ilíada e a Odisseia”. Segundo essa versão, a guerra se deu quando os Aqueus (os gregos da época micênica) atacaram Tróia, para recuperar Helena, raptada por Páris.

A Cavalhada é formada por dois exércitos: o cristão, com indumentária azul e o mouro (muçulmano), que usa vestimentas vermelhas. O símbolo do exército cristão, azul, é a cruz, enquanto o da tropa rival, o vermelho mouro, é uma lua e uma estrela. Cada exército é formado por 12 soldados, sendo um mantenedor, que comanda o grupo, e um embaixador, que leva à tropa inimiga as mensagens dos soldados.

A batalha começa quando o exército cristão (azul) rapta a rainha dos mouros (vermelho), sendo uma alusão ao mito de Helena de Tróia. Apesar do rapto a rainha da tropa vermelha se apaixona pelo rei cristão. Após tomar a rainha, o exército azul incendeia o castelo mouro. Em resposta os mouros declaram guerra contra os inimigos. As diversas batalhas travadas entre as duas tropas são representas por meio da realização de provas hípicas.

AS PROVAS HÍPICAS:

Existe na ordem natural das provas uma mesa julgadora que avalia cada cavaleiro e soma cada ponto ganho, vence ao final o grupo de cavaleiros (Mouro ou Cristão) que obtiver mais pontos. A torcida vibra e celebra com seus heróis o sabor da vitória convidando o grupo derrotado para participar da festa.

Apesar dessa comemoração vitoriosa a história conta que o exército cristão derrota os raptores, que são obrigados a devolver a rainha para seu povo e isso é encenado também na arena independente do resultado das provas.

HISTÓRIA:

A Cavalhada simboliza o ideal de supremacia religiosa do cristianismo e durante o século 18 foi usada para incentivar a instituição da fé cristã e o repúdio aos mouros na Europa. Em Portugal ela teve feição cívico-religiosa envolvendo temas do período da Reconquista.

NO BRASIL:

Sua difusão no Brasil, registrada desde o século 17, partiu do Nordeste e espalhou-se pelo resto do país. Em 1641, quando da aclamação de D. João IV, foram promovidas várias cavalhadas como parte dos festejos oficiais.

A partir de 1756 passou a ser utilizada como forma de treinamento para os cavalos, uma vez que as batalhas são representadas por provas hípicas, além de ser uma forma de reviver as tradições históricas.

A festividade foi difundida por diversos estados como Bahia, São Paulo, Goiás e Mato Grosso.

EM MATO GROSSO:

A Cavalhada chegou no Estado por volta de 1769, com a vinda do terceiro capitão-geral de Mato Grosso, Luiz Pinto de Souza Coutinho.

EM POCONÉ:

A Cavalhada se fixou em Poconé devido à religiosidade da população e a cultura local de louvor aos santos.

Ali logo em frente a Igreja Matriz, existia um enorme chapadão (pedra canga sobre o chão) onde eram realizadas as provas e as encenações da Cavalhada, isso ocorreu até 1956, quando foram interrompidas as cavalhadas.

Apesar da devoção a manifestação se ausentou do cenário cultural mato-grossense por 35 anos, de 1956 a 1991, quando foi revivida a partir organização da própria comunidade, que decidiu retomar o festejo

Naquele ano, em 1991, eram Festeiros o Rei Afrânio e a Rainha Nilza Figueiredo, mesmo com muitos desafios, os organizadores e os devotos conseguiram realizar a Cavalhada no antigo parque de exposição da cidade, próximo ao rio Bento Gomes.

No anos seguintes a Cavalhada acontece no Clube Cidade Rosa – CCR, localizado no Bairro Aeroporto.

Este ano ocorrerá no sábado, 22 de junho, a partir das 8 hora da manhã.