Destaques: Casal acusado de matar filho de três meses com overdose de cocaína é preso no litoral de SP, Brasília recebeu mais de 64 mil turistas estrangeiros em 2024; veja lista dos estados que mais receberam visitas internacionais , Número de apartamentos cresce 38% em 11 anos em Campinas; entenda impactos no planejamento urbano

Bendev Junior
janeiro 12, 2025 - 2 meses atrás

Este artigo apresenta um resumo das principais notícias do dia, destacando os acontecimentos mais relevantes. Confira os detalhes a seguir.

1. Casal acusado de matar filho de três meses com overdose de cocaína é preso no litoral de SP

Priscila Vancini Lopes, de 35 anos, foi detida após dar à luz outra criança, no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande (SP). Wanderley de Araújo, de 48, foi preso após ser abordado pela PM na cidade. Mulher estava internada no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande (SP)
Divulgação
O casal acusado de matar o próprio filho com overdose de cocaína foi preso em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1 neste domingo (12), a mulher foi detida após dar à luz outra criança em um hospital, enquanto o homem foi encontrado pela PM em “atitude suspeita” na cidade.
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A morte do bebê de três meses ocorreu em maio de 2024, em Campinas (SP). A Justiça decretou a prisão preventiva de Priscila Vancini Lopes, de 35 anos, e Wanderley de Araújo, de 48, em dezembro daquele ano. O casal deve responder, mediante tribunal do júri, pelo crime de homicídio triplamente qualificado.
Priscila foi detida após dar à luz no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, na tarde de quinta-feira (9). Conforme registrado em Boletim de Ocorrência (BO), obtido pelo g1, PMs da Força Tática haviam sido informados sobre a paciente alvo de um mandado de prisão.
Wanderley foi detido no bairro Mirim aproximadamente duas horas depois. De acordo com o BO, uma equipe da PM patrulhava o local quando viu dois homens em atitude suspeita na Rua 26 de Janeiro. Um deles chegou a esconder o rosto com um capuz.
Ainda segundo o registro policial, os agentes abordaram a dupla e descobriram que Wanderley era procurado da Justiça. O homem apresentava sintomas de virose e, por isso, foi levado até o Pronto-Socorro Central da cidade antes de ser encaminhado à Central de Polícia Judiciária (CPJ).
Histórico
Em 10 de maio de 2024, Priscila e Wanderley levaram a criança de três meses para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Padre Anchieta, em Campinas, já morta e com coágulos de sangue saindo pelas narinas.
Na delegacia, a mãe alegou que amamentou o bebê com uma mamadeira e o deixou dormindo na cama enquanto cuidava da filha de 1 ano e meio de idade. Quando voltou, percebeu que o filho estava com uma marca roxa e com sangue no nariz, ainda segundo o relato. Ela disse que acionou o pai, que pediu ajuda e levou o filho à unidade de saúde.
O laudo necroscópico apontou que a causa da morte foi overdose de cocaína e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entendeu que os pais mataram o bebê com a droga por razões, até agora, desconhecidas.
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2. Brasília recebeu mais de 64 mil turistas estrangeiros em 2024; veja lista dos estados que mais receberam visitas internacionais

Segundo Ministério do Turismo, além da arquitetura moderna e única, capital atraiu mais turistas de todo mundo por sediar eventos políticos importantes e shows com grandes nomes da música. Aeroporto Salgado FIlho, em Porto Alegre, retoma voos internacionais
Reprodução/ RBS TV
As malas estão prontas? Vamos para Brasília!💼✈️ A capital registrou um aumento no número de turistas internacionais em 2024 — foram mais de 64,4 mil visitantes estrangeiros, segundo o Ministério do Turismo.
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Além da arquitetura moderna e única, Brasília atraiu mais turistas de todo o mundo por sediar eventos políticos importantes e shows com grandes nomes da música.
O Brasil recebeu a visita de mais de 6,6 milhões de turistas internacionais no ano passado (saiba mais abaixo).
Mais voos internacionais para o DF
Aeroporto de Brasília deve receber 1,3 milhão de passageiros em dezembro
Embora o Distrito Federal tenha registrado um aumento no número de turistas internacionais, os números não superaram os 73,9 mil voos realizados em 2019.
” Os números são bons indicadores e esboçam uma reação do mercado pós-pandemia. Ainda temos desafios para tornar Brasília um ponto turístico mais atraente, em 2019 registramos números melhores, devemos esperar avanços para 2025″, afirma a turismóloga da Universidade de Brasília (UnB), Jaqueline Gil .
Mais viagens com destino ao Brasil
O Brasil somou, em 2024, mais de 6,6 milhões de turistas estrangeiros. Confira os estados mais visitados:
São Paulo: 2.207.015
Rio de Janeiro: 1.513.235
Paraná: 894.536
Rio Grande do Sul: 879.412
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3. Número de apartamentos cresce 38% em 11 anos em Campinas; entenda impactos no planejamento urbano

Dados do IPTU revelam que crescimento de apartamentos superou casas e terrenos entre 2015 e 2025; especialistas comentam efeitos. Nº de apartamentos cresce 38% em 11 anos em Campinas; entenda impactos
Nos últimos 11 anos, Campinas (SP) registrou crescimento de 38% na construção de apartamentos entre 2015 e 2025. Dados obtidos com a Prefeitura mostram que no mesmo período o número de casas cresceu 7% e o de terrenos diminuiu 8%. [veja análise abaixo]
Em números absolutos, a metrópole ganhou 45 mil novos apartamentos, 12 mil casas e apresentou uma diminuição de 8 mil terrenos no período analisado. Tendência que reflete a crescente verticalização da cidade e acompanha as mudanças no uso do solo e na demanda habitacional.
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O levantamento foi realizado com base no registro do IPTU no início de cada ano, abrangendo casas, apartamentos e terrenos. Em 2015, Campinas contava com 112.813 apartamentos, número que saltou para 155.644 em 2025. Enquanto isso, o número de casas passou de 159.878 para 171.654, e os terrenos caíram de 90.586 para 82.929. [veja gráfico abaixo]

O g1 conversou com dois especialistas em urbanismo para entender o fenômeno de verticalização da cidade e os desafios relacionados à infraestrutura e ao planejamento urbano.
Gisela Cunha Viana Leonelli, arquiteta e urbanista, professora livre-docente do IAU-USP no Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP – São Carlos
João Verde, professor aposentado da PUC Campinas; presidente da AREA – Associação Regional de Escritórios de Arquitetura de Campinas; diretor do IAB-Campinas – Instituto de Arquitetos do Brasil, núcleo Campinas; diretor do Pró Urbe – Pensando Campinas e Conselheiro do Condepacc- Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas.
Imagem aérea do Centro de Campinas (SP)
Reprodução EPTV
Tendência de verticalização?
Para os urbanistas, o aumento em maior proporção de apartamentos na metrópole é uma tendência mundial que vem ocorrendo em cidades de médio e grande porte. Ainda assim, ressaltam que o fenômeno não possa ser visto de forma generalizada, pois depende de vários contextos.
A professora Leoni aponta alguns motivos que favoreceram a intensificação da verticalização de Campinas no período pesquisado:
Período prolongado com juros baixos para financiamento de construção e ampliação de créditos;
Otimização das incorporadoras que diminuíram o prazo de execução e entrega dos empreendimentos;
Alteração do zoneamento a partir do Plano Diretor de 2019 que favoreceram a verticalização de bairros centrais como Cambuí e Nova Campinas.
O professor João Verde complementa com outros pontos. Ele diz que também é preciso levar em conta o valor das casas em áreas centrais que é muito mais alto que apartamentos e a sensação de maior de segurança.
Leoni complementa, que existe um fator comportamental relacionado a transição demográfica que o Brasil vive atualmente. Ela comenta que a população do país está envelhecendo e a base da pirâmide etária revela uma diminuição significativa no número de crianças e jovens.
“A composição familiar mudou […] A família do comercial de margarina, pai, mãe, filhos e cachorro em frente da grama do condomínio tem ficado desbotada”, fala Leoni
Tal fenômeno impacta também na escolha pelo tipo de moradia, e as pessoas acabam por priorizar uma maior mobilidade e acesso a serviços e comodidades do entorno. Facilidades encontradas nos centros urbanos, e assim, aumentam a procura por apartamentos que são maioria nessas localidades.
“Famílias menores e a maior mobilidade da nova geração explicam, em parte, o desinteresse por casas. No entanto, isso não significa que a verticalização deva ser total. É possível preservar bairros de casas térreas com políticas que incentivem a qualidade urbana e a convivência de usos residenciais e comerciais”, explica Leoni.
Imagem aérea do centro de Campinas
Reprodução/EPTV
Impactos e desafios
Tanto a professora Leoneli, como o professor João Verde, concordam que a verticalização da região central de Campinas é inevitável e reforçam a necessidade de planejamento urbano integrado, que considere infraestrutura, mobilidade, qualidade ambiental e a preservação de áreas residenciais tradicionais.
João Verde diz que a verticalização pode minimizar problemas de planejamento urbano, sendo inclusive mais eficiente e sustentável do que a expansão para novos loteamentos. No entanto, ele precisa ser realizado com atenção a altura dos edifícios.
“Talvez não tivesse necessidade de edifícios tão altos, como estão sendo feitos aqui em Campinas com 40 pavimentos, mas nós poderíamos muito bem ter prédios com 20 pavimentos até 25 pavimentos […] se a gente tiver uma cidade mais mista com muitas atividades comerciais e de serviço nos bairros, as pessoas passam a usar menos o automóvel”, analisa João Verde.
O urbanista cita Paris e Barcelona como exemplos de cidades que possuem alta densidade urbana, mas onde a proximidade entre moradia, comércio e trabalho facilita o deslocamento a pé ou por transporte público.
A professora Gisela Leoneli, tem uma visão crítica à verticalização que ocorre em Campinas, pois atende frequentemente a interesses do mercado imobiliário e oferece poucas contrapartidas urbanísticas adequadas.
“O planejamento deve direcionar o mercado imobiliário, e não ser direcionado por ele […] a alteração de qualquer parâmetro urbanístico de uso e ocupação do solo tem que estar vinculada a alteração/adequação/melhoria da infraestrutura de trânsito, transporte público e saneamento”, ressalta a professora Gisela Leoneli.
Ainda assim, ao se referir aos possíveis impactos ambientais, Gisela afirma que o aumento de apartamentos pode ser positivo quando conduzido adequadamente, mas ele deve vir acompanhado de novas áreas verdes e de lazer.
“O adensamento vertical, ainda mais para alta renda como no Cambuí e Nova Campinas, deve estar vinculado a uma contrapartida urbanística. No caso poderia ser um novo parque, novas áreas verdes, tanto no próprio bairro ou nas áreas mais vulneráveis para cidade”, finaliza.
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4. O chocante assassinato de 4 crianças que põe em xeque a guerra do Equador ao crime

Em 8 de dezembro, quatro jovens equatorianos saíram para jogar futebol, mas nunca mais voltaram. Semanas depois, seus cadáveres mutilados foram identificados, e o caso gerou um acalorado debate sobre violações de direitos humanos, racismo e violência policial e militar no país latino-americano. Josué (à esquerda) e Ismael (à direita) desapareceram em 8 de dezembro e foram encontrados mortos perto de uma base militar
Arquivo Pessoal/BBC
O chocante assassinato de 4 crianças que põe em xeque a guerra do Equador ao crime
Em 8 de dezembro, quatro jovens equatorianos saíram para jogar futebol, mas nunca mais voltaram. Semanas depois, seus cadáveres mutilados foram identificados, e o caso gerou um acalorado debate sobre violações de direitos humanos, racismo e violência policial e militar no país latino-americano.
É 2 de janeiro de 2025 e Luis Arroyo e sua família estão comemorando o aniversário de sua filha em sua casa em Las Malvinas, um bairro pobre em Guayaquil, a maior cidade do Equador.
A menina está completando 9 anos, mas o clima não é festivo, apesar dos esforços do pai.
Ele comprou um frango assado, mas ela não come há dias – ela sente muita falta dos irmãos mais velhos, Ismael e Josué, que ela não vê há semanas.
Arroyo diz que sua vida parece um pesadelo do qual ele pode acordar repentinamente.
“Mas não é um pesadelo, é real (…) eles tiraram meus filhos de mim da pior maneira”, disse ele à BBC por telefone.
Apenas algumas horas antes, ele enterrou Ismael (15) e Josué (14), cujos corpos – incinerados e com sinais de tortura – ele teve que identificar.
Seus filhos são dois dos “Quatro de Guayaquil”, crianças equatorianas que foram detidas por membros do Exército e depois desapareceram (as outras vítimas são Nehemías Arboleda, 15, e Steven Medina, 11).
O caso chocou o Equador e expôs questões profundas em sua sociedade, incluindo violações dos direitos humanos, racismo e violência policial e militar.
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Reuters via BBC
Até recentemente, o Equador era considerado um dos países mais seguros da região, e suas atrações turísticas – as Ilhas Galápagos, a floresta tropical e as montanhas – atraíam muitos turistas.
Mas o crime organizado, como em outros países da América Latina, tem aumentado nos últimos anos, e o país agora tem uma das maiores taxas de homicídio do mundo.
Em resposta, o presidente Daniel Noboa concedeu aos militares poderes para manter a ordem pública.
O caso dos “Quatro de Guayaquil” — que ocorre poucas semanas antes da eleição presidencial em 9 de fevereiro — alimentou o debate sobre as políticas linha-dura de Noboa, que incluem a implementação de estados de emergência e a suspensão de certos direitos civis.
Também gerou protestos no país que, embora limitados, chamaram a atenção de organizações internacionais como as Nações Unidas, cujo representante de direitos humanos instou o Equador a investigar o caso, “processar todos os responsáveis e tomar medidas para garantir que tais situações não aconteçam novamente”.
O presidente Noboa disse que não haverá impunidade em relação ao destino dos menores.
No entanto, as famílias não confiam em suas palavras e querem justiça para as quatro crianças que saíram para jogar futebol, mas nunca voltaram para casa.
‘Pai, venha nos resgatar, por favor’
Na noite de 8 de dezembro, Luis Arroyo saiu para comprar mantimentos e quando voltou por volta das 20:40, achou estranho que Ismael e Josué ainda não estivessem em casa.
“Perguntei à minha esposa: ‘E os bebês?’ ‘Eles foram jogar bola, voltarão’, ela me disse. Mas eles não vieram e eu comecei a me preocupar, saí para procurá-los, mas não consegui encontrá-los.”
“As horas passaram e minha esposa recebeu uma ligação às 22:40.” O pai dos adolescentes conta que um homem que nunca se identificou entrou em contato com a esposa para contar que seus filhos haviam sido detidos pelos militares. Eles estavam nus e precisavam de ajuda.
“Então ele me passa para meu filho Ismael, o mais velho. E ele me diz: ‘Papai, venha, me salve, estamos aqui em Taura [uma cidade nos arredores de Guayaquil], presos.'”
“Os militares nos prenderam por supostamente roubar, mas não estávamos fazendo nada.”
“Pai, venha nos resgatar, por favor. Estou com medo.”
Luis Arroyo, de preto, chora no enterro dos seus dois filhos
Getty Images via BBC
Luis Arroyo tentou tranquilizá-lo. “Meu filho, fique calmo, eu vou te resgatar”, disse.
“O homem que havia ligado pegou o telefone novamente e disse: ‘Espere, os bandidos estão chegando em uma motocicleta’.”
“Eu disse a ele que não fizesse nada com as crianças – que tivesse piedade, pelo amor de Deus.”
“Ele me disse: ‘Você tem 45 minutos, uma hora (…) Se você ama seus filhos, você tem que vir vê-los agora'”.
O pai diz que o homem lhe enviou sua localização, mas que ele não tinha como chegar lá. “E eu não ia correr o risco de ir lá sozinho”, disse ele.
“Então eu desliguei e liguei para um parente para relatar a notícia à polícia com a localização, uma imagem do homem e seu número. Mas quando a polícia chegou ao local, não encontrou ninguém.”
“Então meu parente me ligou e disse: ‘Primo, os pequenos não estão aqui'”.
Desesperado, ele voltou a ligar para o homem que entrou em contato com sua esposa e perguntou por que ele não havia liberado as crianças. O homem xingou Arroyo e o acusou de denunciar o incidente à polícia.
“‘Parece que você não ama seus filhos (…) Os bandidos vieram em 10 motocicletas e os levaram embora’, ele disse”.
“Ele desligou na minha cara e eu não ouvi mais nada dos meus filhos.”
Familiares e amigos no funeral de Josué e Ismael Arroyo, Steven Medina e Nehemías Arboleda
Reuters via BBC
Arroyo não recebeu mais ligações ou mensagens. Ele soube pelas redes sociais, na véspera de Natal, que quatro corpos foram encontrados queimados e com sinais de tortura perto de uma base militar em Taura.
“Oramos a Deus: ‘Não deixe que sejam nossos filhos’.”
Eles os encontraram na terça e na sexta-feira nos ligaram da cena do crime para dar alguns detalhes.
No mesmo dia, fizeram um teste de DNA. Naquele momento, um juiz havia solicitado que o caso fosse investigado como um suposto “desaparecimento forçado” e 16 soldados foram presos.
‘Os corpos são dos seus filhos’
Em 31 de dezembro, a família compareceu à audiência formal desses soldados. Foi quando eles receberam a confirmação final.
“Quando a audiência terminou, o promotor veio até nós e disse: ‘bem, mães e pais, eu prometi que não mentiria para vocês sobre nada. Infelizmente, os corpos que foram encontrados em Taura são dos seus filhos'”, lembra Arroyo.
“Foi horrível, minha esposa quase morreu. A próxima parada seria o necrotério.”
Luis Arroyo (de cinza), no necrotério para identificar seus filhos
Getty Images via BBC
“Eu vi meus dois filhos. Seus pés eram tudo o que restava e, como Ismael tinha calos e joanetes, como um jogador de futebol, consegui diferenciá-lo, porque sua cabeça também não estava lá.”
“Do outro, restava apenas uma mão, um dedo mindinho, o cabelo, parte do crânio e parte do rosto.”
O pai de Ismael e Josué diz que a família quer solicitar a exumação dos corpos, pois ainda não sabem realmente o que aconteceu com eles. “Eles nos dão os corpos, mas não nos dizem como morreram, se foram torturados, baleados ou tiveram seus órgãos removidos.”
“Eles nos deram o esqueleto, em estado de decomposição, completamente queimado, sem a cabeça, é aterrorizante”, diz ele.
“Gostaríamos que o DNA dos corpos fosse testado internacionalmente.”
“Queremos justiça.”
“Eram quatro crianças indefesas — imagine fazer tudo isso com elas, com essa crueldade, com esse mal.”
‘Eles eram tudo para mim’
Luis Arroyo chegou ao cemitério Ángel María Canales em 1º de janeiro com medalhas penduradas no pescoço – Ismael ganhou os prêmios em competições de futebol – como uma homenagem ao sonho de toda a vida de seu filho de se tornar jogador de futebol profissional.
“Meus filhos eram muito amorosos, amigáveis, não tinham problemas com ninguém. Eles sempre se dedicaram aos estudos, ao futebol.”
“Eles nos disseram: ‘Papai, mamãe, vou jogar futebol profissional, vou viajar pelo mundo, vou comprar uma casa para vocês… Eu vou tirar vocês daqui.'”
“Esse era o sonho do meu filho.”
“Sempre terei Ismael Arroyo e Josué Arroyo em meu coração. Sei que Deus os tem no céu, são anjinhos, sempre os amarei e não vou descansar até que a justiça seja feita.”
“Suas mortes não ficarão impunes.”
“Eles eram tudo para mim, minha força motriz, a pedra angular da minha vida.”
Pedido de justiça
Steven Medina (esquerda) e Nehemías Arboleda (direita)
Arquivo Pessoal/BBC
Arroyo afirma que seus filhos foram discriminados por causa da cor de sua pele e que não são os primeiros – nem os últimos – filhos a desaparecer como resultado das políticas de segurança linha-dura do governo de Daniel Noboa.
“Essa é uma estratégia ruim do governo: mandar essas pessoas para matar nas ruas”, diz. “O presidente apoia as ações descaradas desses soldados, encobrindo coisas e discriminando nossos filhos, manchando seus nomes.”
“Eles querem pintar nossos filhos como terroristas, ladrões, criminosos”.
“Meus filhos não eram criminosos, também não estavam roubando, não há evidências de que estivessem roubando nada”, diz ele, se referindo às alegações iniciais do Ministério da Defesa de que os menores haviam se envolvido em um roubo antes de serem presos.
Luis Arroyo diz que está com medo e pede às autoridades equatorianas que protejam ele e sua família. “Estou aterrorizado com isso, gostaria de fugir do Equador.”
“Nos sentimos sozinhos, sem proteção, nossas vidas podem estar em perigo.”
Nesta semana, o ministro da Defesa do Equador, Gian Carlo Loffredo, pediu desculpas publicamente pela detenção das crianças, mas criticou que a investigação fosse tratada como um caso de desaparecimento forçado. Leia mais

5. Entenda por que prefeito cassado em Itupeva foi eleito vereador e assumiu presidência da Câmara

Marcão Marchi (PSD) havia sido cassado em 2021, devido ao uso indevido dos meios de comunicação social durante as eleições de 2016. Ex-prefeito foi eleito vereador em 2024 e, agora, é o presidente da Câmara; entenda como ele pôde voltar à vida política. Alexandre Mustafá e Marcão Marchi, ex-vice e ex-prefeito de Itupeva (SP)
Prefeitura de Itupeva/Divulgação
O ex-prefeito de Itupeva (SP), Marcão Marchi (PSD), teve seu mandato cassado em 2021 devido ao uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições de 2016, ficando inelegível por oito anos, conforme a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após um período afastado, no entanto, ele foi eleito vereador e, atualmente, é o presidente da Câmara de Itupeva.
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Após ter o mandato cassado, o político conseguiu entrar com recurso, retornando à prefeitura antes de ser oficialmente afastado em 2023, quando houve novas eleições na cidade. No ano seguinte, Marchi foi eleito, mas em outra função, agora no Legislativo.
Para entender melhor sobre o retorno dele à vida política, o g1 conversou com Luiz Barbosa, advogado especializado em direito eleitoral. De acordo com o profissional, Marchi pôde retornar devido às mudanças na Lei da Ficha Limpa.
“Por conta da aplicação mais recente da lei, a inelegibilidade passa a contar a partir da data que o crime foi cometido. Como a cassação ocorreu referente aos crimes de 2016, os oito anos passam a ser contados a partir daquele ano, ao invés da data da decisão”, explica.
Prefeitura de Itupeva
Prefeitura de Itupeva/Divulgação
Mesmo atuando na política municipal até 2023, já em seu segundo mandato, o período de inelegibilidade de Marcão Marchi terminou em 2024, fazendo com que ele se tornasse, novamente, apto para se candidatar a cargos públicos.
“Dessa forma, o atual vereador não possui mais nenhuma pendência com a Justiça Eleitoral. Se tivesse, ele com certeza teria problemas para assumir o cargo”, afirma o advogado.
Apesar do histórico de cassação, Marchi foi o segundo vereador mais votado na cidade, com 1.094 votos computados, segundo os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele ficou atrás apenas de Duzinho (PL), que obteve 1.293 votos.
Uso indevido e abuso econômico
Em setembro de 2021, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou o diploma de Marchi, então prefeito, por suspeita de uso indevido dos meios de comunicação social e abuso de poder econômico durante as eleições municipais de 2016.
Além dele, o então vice-prefeito, Alexandre Mustafa (PSD), também teve seu diploma cassado e foi impedido de se candidatar por oito anos. Segundo o TRE, a chapa dos políticos era suspeita de utilizar um jornal impresso local para fazer campanha antecipada.
Mais de 230 candidatos têm candidaturas cassadas pela Justiça Eleitoral nas regiões de Sorocaba e Jundiaí
No mês seguinte, o político conseguiu um recurso para retornar à prefeitura, alegando que só poderia ser afastado do cargo após uma decisão do TSE. Por conta disso, Marchi ficou mais dois anos na prefeitura, quando foi cassado definitivamente, em agosto de 2023.
Com o afastamento, Itupeva marcou novas eleições para o cargo ainda em 2023, ano considerado atípico para decisões políticas. Rogério Cavalin (MDB) teve 59,11% dos votos válidos e foi diplomado prefeito em janeiro de 2024.
Nas eleições municipais gerais de 2024, Cavalin foi reeleito com 50,89% dos votos ainda no 1º turno, estendendo seu mandato por mais quatro anos.
Posicionamento
Ao g1, Marcão Marchi se posicionou com relação aos motivos de sua cassação. Em nota, ele afirma ter usado um jornal local para fazer críticas ao adversário, então prefeito do município, durante a disputa eleitoral de 2016.
Segundo Marchi, a decisão de configurar a ação como uso indevido dos meios de comunicação possui caráter técnico e foi resultado de um entendimento da Justiça Eleitoral, juntamente com ações movidas por adversários políticos.
Ainda conforme a nota enviada pelo atual vereador, Marchi ressalta que o caso não envolveu dolo ou prejuízo à Prefeitura de Itupeva.
*Colaborou sob supervisão de Gabriela Almeida
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Essas foram as principais notícias de hoje. Continue nos acompanhando para mais informações atualizadas.

  1. Brasil

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