Poconé é um município turístico pantaneiro distante 100 quilômetros ao sul de Cuiabá, no estado de Mato Grosso. A cidade que pulsa cultura, se veste de azul e vermelho para a tradicional Cavalhada que acontece neste domingo 26.
“Este ano vai ser diferente, não vamos ficar na poeira”, comemora os moradores vizinhos e os envolvidos na grande festa.
Há 30 anos a Cavalhada ocorre no Clube Cidade Rosa (CCR) e não tinha pavimentado asfáltico na avenida de acesso ao local onde se implanta a Arena.
“Entrava prefeito, saia prefeito, deputado e até governador prometiam e nada. Tatá Amaral fez.” Disse o senhor Luiz, morador do bairro.
Após décadas de espera, esta será a primeira Cavalhada em que os moradores da região, festeiros, cavaleiros, turistas, visitantes e “autoridades”, passarão pela Rua Justino Gonçalves da Guia (Rua do CCR), pois o prefeito de Poconé Tatá Amaral entregou as Obras de Pavimentação Asfáltica e Iluminação Pública do canteiro central da via.
A obra foi realizada com recursos próprios da Prefeitura graças a arrecadação feita através da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) e esteve orçada em R$ 1.786.356,93 (um milhão, setecentos e oitenta e seis mil, trezentos e cinquenta e seis reais e noventa e três centavos) e ultrapassou a ordem de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) devido a inclusão do trecho que vai ao encontro até a rua Tércio Paredes e, também, da aquisição de postes duplos, cabeamentos, lâmpadas LEDS, mão de obras e serviço.
A Rua Justino Gonçalves da Guia foi asfaltada de forma duplicada e conta com canteiro central, sinalização horizontal e vertical e rede de drenagem de águas pluviais garantindo o bom estado de conservação da via nos períodos chuvosos. Com o asfalto, foi decretado o fim dos protestos que haviam no período de festas no CCR e, com isso, as condições precárias de tráfego e os transtornos provocados pela poeira e pela lama deixam de existir e os moradores hoje têm mais qualidade de vida, segurança e, principalmente, maior valorização de seus imóveis.
O ESPETÁCULO:
A Cavalhada: É uma celebração de origem portuguesa tradicional que teve origem nos torneios medievais, onde os aristocratas exibiam em espetáculos públicos a sua destreza e valentia, e frequentemente envolvia temas do período da Reconquista.
Era um “torneio” que servia como exercício militar nos intervalos das guerras e onde nobres e guerreiros cultivavam a praxe da galantaria.
No Brasil: Registam-se desde o século XVII e as cavalhadas acontecem durante a festa do Divino, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, em todo o Brasil, somente em Poconé (MT) a Cavalhada atual, faz parte das celebrações da Festa de São Benedito. Com destaque internacional, além de Poconé a Cavalhada só é encenada em Pirinópolis (GO).
No Mato Grosso: Mais que uma tradição viva entre os pantaneiros a cavalhada começou em Mato Grosso em 1769, em comemoração à chegada de Luiz Pinto de Souza Coutinho, capitão general e terceiro governador da Capital de Mato Grosso, fixando-se no município de Poconé. A manifestação se ausentou do cenário cultural mato-grossense por 35 anos (de 1956 a 1990), mas retornou em 1991 com peculiaridades regionais.
O folguedo: Na festa de Poconé os personagens principais são os cavaleiros; vestidos de azul (Cristãos) e vermelho (Mouros) e armados de revolveres, lanças e espadas. A corte é representada pelo Mantenedor, pela Rainha Moura e seus cavaleiros; o Exército de invasores Cristãos representam as “Cruzadas Católicas” de evangelização. Há também os personagens dos Mascarados, que são homens de mascarás que supostamente inflamariam a guerra entre os dois exércitos, sendo traidores do reinado Mouro.