Tim Murtaugh tuitou (e depois apagou) capa de novembro de 2000 que dizia ‘Gore presidente’; jornal afirma que tal manchete nunca existiu. A capa reproduzida no tuíte acima é falsa; postagem acabou sendo apagada
Reprodução/BBC
O diretor de comunicações da campanha eleitoral de Donald Trump, Tim Murtaugh, publicou no domingo (8) uma falsa capa de jornal dos anos 2000, para alegar que a imprensa errou ao declarar o democrata Al Gore presidente dos EUA – mas o erro nunca aconteceu.
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“Saudando a equipe do @TeamTrump (campanha de reeleição do presidente americano) nesta manhã, um lembrete de como a imprensa não determina quem é o presidente”, escreveu Murtaugh, postando uma foto de uma falsa capa do jornal conservador The Washington Times com a data de 8 de novembro de 2000 e a manchete “Gore Presidente – Gore na liderança com pequena maioria”.
O jornal respondeu também pelo Twitter: “Essas fotos foram adulteradas. O Washington Times nunca publicou uma manchete ‘Gore presidente'”. “Acrescentamos também que o senhor Murtaugh foi oficialmente notificado desse erro via e-mail.”
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Questionado por veículos de imprensa, Murtaugh afirmou que não sabia que a imagem era falsa. Ele então apagou o tuíte, que àquela altura já havia sido compartilhado algumas dezenas de vezes.
A disputa em 2000: Gore x Bush
A eleição presidencial de 2000 foi evocada por ter sido a única até hoje que foi decidida por intervenção judicial – caminho que Trump e sua campanha têm trilhado na tentativa de reverter a vitória de Joe Biden, anunciada no sábado (7/11), quando o candidato democrata alcançou votos o suficiente no colégio eleitoral americano para vencer a eleição e ganhou as manchetes do mundo.
Em 2000, Al Gore disputou a eleição com George W. Bush, e o Estado da Flórida teve um papel central no pleito.
Bush (esq.) e Al Gore durante campanha eleitoral de 2000; disputa foi decidida pela Suprema Corte dos EUA
Reuters/BBC
Na noite da eleição, assim como no último 3 de novembro, não era possível ter certeza quem sairia vencedor da disputa, e algumas pesquisas de boca de urna divulgadas pela imprensa mostravam cenários divergentes entre si.
Na Flórida, as previsões iniciais deram vitória a Gore; depois, apontaram Bush na frente.
Relatos da época dão conta de que Gore chegou a telefonar para Bush para reconhecer a vitória do adversário, mas, ao ver que a corrida no Estado ainda permanecia indefinida, retratou a concessão.
Um controverso processo de recontagem durou mais de cinco semanas, até que a Suprema Corte determinou que a recontagem fosse interrompida e que Bush fosse declarado presidente.
“Embora eu discorde fortemente da decisão (da Corte), eu a aceito”, declarou Gore, aceitando a derrota no pleito.
Al Gore perdeu a eleição por 537 votos, de um total de mais de 6 milhões de votos no Estado naquele ano.
Ele foi o primeiro presidente desde 1888 a vencer no voto popular (quase 51 milhões de votos, contra 50,4 milhões obtidos por Bush) e perder no colégio eleitoral por uma pequena margem: 266 contra 271.
Donald Trump repetiria o feito contra Hillary Clinton em 2016, quando a democrata ganhou no voto popular e perdeu no colégio eleitoral.
Veja vídeos das eleições nos EUA

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Jornalista, produtor cultural e escritor. Walney de Souza Rosa (Vavá Rosa) presta assessoria e escreve para sites de Mato Grosso e de todo o Brasil. Seus artigos literários e culturais já foram publicados em jornais da Europa, Canadá e Estados Unidos. Idealizador e Fundador em 21 de janeiro de 2011 da Academia Lítero-Cultural Pantaneira, que compõe escritores, poetas, músicos e defensores da cultura pantaneira (com sede em Poconé) Entre obras já publicadas: A fé e o fuzil (A história de Doninha do Caeté); Boca da Noite (Ficção policial); Ei amigo (A história do Lambadão de Poconé).

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