ANIVERSÁRIO DE CUIABÁ: Cultura viva faz parte da história

Walney Rosa
abril 7, 2021 - 4 anos atrás

Na semana em que Cuiabá comemora seus 302 anos, nada melhor do que celebrar a data relembrando uma das principais manifestações culturais da cidade e da população mato-grossense. A Associação Cultural Flor Ribeirinha conta com o patrocínio da Energisa para difundir e manter viva a tradição do Siriri e do Cururu. A iniciativa nasceu graças ao entusiasmo de Dona Domingas que, em 1993, criou o grupo Flor Ribeirinha para ensinar os passos e sons das danças para filhos e netos, e até hoje permanece à frente do projeto. 

“Eu danço Siriri desde a barriga da minha mãe”, brinca Avinner Augusto, neto de Dona Domingas e coreógrafo do Flor Ribeirinha. Ele se orgulha em poder fazer parte do que sua avô iniciou há 28 anos e enxerga no grupo uma forma de reconhecer a identidade do povo cuiabano. “Durante muitos anos, o Siriri era discriminado e motivo de vergonha para a população ribeirinha. Hoje, temos a nossa arte valorizada não apenas em Mato Grosso, mas também em outras regiões do Brasil, além de países da Europa, Ásia e América do Sul”, destaca Avinner. 

Dona Domingas, nascida na comunidade de São Gonçalo Beira Rio, região onde surgiu a cidade de Cuiabá, inicialmente criou o grupo Boa Esperança, ainda na década de 70. Composto em sua maioria por mestres do Siriri, devido a idade avançada dos integrantes, com o tempo o grupo acabou. Somente anos depois, decidida em não deixar a cultura se perder, ela fundou o Flor Ribeirinha. Aos poucos foi ganhando mais adeptos e deixou de ser um grupo somente do círculo familiar. Atualmente, conta com mais de 70 participantes entre dançarinos e músicos. 

Do grupo nasceram também outros projetos como oficinas artísticas de artesanato, dança e música, o Cultura nas Escolas, o Flor da Idade (focado na valorização do trabalho em cerâmica das mulheres ribeirinhas) e o Semente Ribeirinha (dedicada a passar as tradições artísticas da comunidade aos pequenos entre seis e 12 anos). Todos eles integram a Associação Cultural Flor Ribeirinha.

Muitos que atuam nessas diferentes frentes da iniciativa dançam o Siriri desde criança. Mariana Laura começou aos sete anos no Semente Ribeirinha. Hoje, aos 22 anos, ela já tem na bagagem apresentações de Siriri em diversos países e ainda se dedica como voluntária no projeto. “Eu estive no lugar deles e hoje sou instrutora. É muito gratificante compartilhar a nossa cultura com as crianças e fazer parte da história deles com a arte”, comenta Mariana Laura. 

Valorização da cultura que transforma gerações

A atuação da Associação Cultural Flor Ribeirinha tem como principal objetivo preservar as tradições culturais e incentivar a sua continuidade através da formação de uma nova geração de artistas populares. As ações de patrocínio da Energisa viabilizam essas iniciativas. Por isso, desde que chegou a Mato Grosso, mais de 1 milhão de reais já foram investidos em projetos que levam cultura, educação e esporte para crianças e adolescentes mato-grossenses.

“A Associação Cultural Flor Ribeirinha faz um trabalho maravilhoso que vai além da dança. Um projeto social que busca o resgate, a manutenção e a divulgação da cultura popular cuiabana. Muito mais do que distribuir energia elétrica, é nosso propósito promover o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da sociedade, bem como a igualdade social e a preservação do meio ambiente! Essa ação junto à Comunidade Flor Ribeirinha é mais uma de nossas iniciativas nesse sentido e que nos proporciona muita alegria.”, afirma Riberto José Barbanera, diretor-presidente da Energisa Mato Grosso. A história de Mariana Laura é a prova de que o empenho de Dona Domingas até os dias de hoje continua dando bons frutos. A paixão de Mariana pelo Siriri nasceu quando dava os primeiros passos da dança ainda na platéia vendo as apresentações. “Um povo sem cultura é um povo sem identidade. As futuras gerações também precisam ver e sentir a energia do Siriri”, completa Mariana.

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