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Primeiras experiências apontam desafios do novo ensino médio

A mudança de governo em 2023 permitiu a ampliação do debate sobre o Novo Ensino Médio, que vem sendo implementado pelo menos desde 2019 em escolas-piloto e, desde 2022, obrigatoriamente nas instituições públicas e particulares de todo o Brasil. Entre as principais mudanças estabelecidas pela Lei 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, estão a ampliação da carga horária do Ensino Médio de 800 para 1000 horas anuais e o fomento a uma grade curricular mais flexível. Por isso, desde 2022, os estudantes têm aulas de formação geral básica, o que inclui Língua Portuguesa, Matemática e Língua Estrangeira, e de itinerários formativos, a dita parte flexível do currículo.

Embora, em tese, o modelo confira nova dinâmica às escolas, a reforma não é ponto pacífico entre especialistas e profissionais da educação, sobretudo, em razão de seus impactos no setor público. Alguns estudos, como o da Rede Escola Pública e Universidade (REPU), vinculado à Universidade Federal do ABC e a outras universidades de São Paulo, mostraram que a ampliação da carga horária aumenta as desigualdades, porque entre estudantes mais pobres, que precisam trabalhar para ajudar a sustentar a casa, amplia-se a chance de abandono e de evasão. Também têm chamado atenção na mídia as ofertas de componentes curriculares – antes, chamadas de disciplinas – nos itinerários formativos, como “brigadeiro gourmet”. Entre o exagero midiático e a realidade, de fato, o Novo Ensino Médio, se não for revogado, carece de ajustes para que de fato possa alcançar os objetivos a que se propõe, ou seja, conectar os jovens à escola para que sejam mais críticos e mais preparados para o mundo do trabalho. 

Há modelos em escolas públicas e privadas para inspirar tal reformulação. No sistema público, há redes estaduais bastante adiantadas na implementação, como é o caso de Pernambuco e Maranhão. No primeiro, a ampliação das escolas de tempo integral associada ao pagamento de benefícios sociais tem garantido a continuidade dos jovens na escola. Nas escolas particulares, é notório como as incertezas pautaram a implementação do Novo Ensino Médio. Desde a promulgação da lei, não estava claro de que maneira a reforma afetaria os grandes vestibulares, que, aliás, já vinham se transformando em face de outras demandas e forçaram as escolas a rever suas práticas. 

Investigação científica, repertório cultural e impacto social

Apesar das incertezas e dúvidas, no Colégio Stockler, em São Paulo, a adaptação ao Novo Ensino Médio não foi difícil, porque a escola já enxergava a etapa como um momento especial da formação dos jovens, o que significa valorizar a preparação para o vestibular e o desenvolvimento de habilidades e competências importantes para a vida. Entre as iniciativas reconhecidas pela escola e contempladas pela proposta do Novo Ensino Médio, estão a Iniciação Científica, um curso para as turmas de segunda série, em que os estudantes escolhem um tema de pesquisa e se debruçam sobre ele ao longo de um ano a fim de escrever um trabalho monográfico. O tema é livre, mas o processo exige fôlego para que se compreenda o processo de produção de conhecimento e as características da prática e da escrita acadêmica. 

Do mesmo modo, atividades como Cine Debate – uma proposta de reflexão criativa com base em clássicos do cinema – e Teatro têm ampliado o repertório cultural dos estudantes. Tanto a Iniciação Científica quanto o trabalho com foco nas artes dão aos jovens a possibilidade de pensar sobre carreiras no campo acadêmico e no mercado criativo, de maneira a ampliar sua visão de mundo.

Uma outra novidade do Ensino Médio é o Projeto de Vida, compreendido, na Base Nacional Comum Curricular, como eixo organizador da etapa, e por meio do qual se deve buscar o conhecimento de si, dos outros, do mundo e do futuro. Nas escolas, ele aparece como um componente, ou seja, uma aula como qualquer outra, mas, em geral, conduzida por profissionais sem experiência no assunto, o que tem sido alvo de críticas. No caso do Stockler, as Linguagens foram eleitas como fio condutor das aulas de Projeto de Vida, guiadas por obras da literatura como O conto da ilha desconhecida, de José Saramago, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Os clássicos orientam reflexões interiores e exteriores, uma vez que pautam trabalhos de campo em Paraty e Minas Gerais, lugares onde as turmas se aproximam de conceitos como história, memória, patrimônio, meio ambiente e sustentabilidade. Nos encontros de Projeto de Vida, igualmente se fortalecem como grupo e não apenas como indivíduos que disputarão uma vaga no vestibular e, mais tarde, no mundo do trabalho. 

Há, ainda, a polêmica dos itinerários formativos, a parte flexível dos currículos. Trata-se de um conjunto de aulas e de outras atividades que podem ser escolhidas pelos estudantes com base na oferta da instituição em que estão matriculados. Nas redes estaduais, de modo geral, os currículos dos itinerários foram enviados às escolas sem que, antes disso, houvesse consulta aos gestores, professores ou estudantes. No caso das escolas particulares, foi possível que a definição dos itinerários passasse pela análise do perfil das turmas e dos valores da instituição, como aconteceu no Stockler. 

O colégio, atualmente, oferece dois itinerários: Jornadas Científicas e Engajamento e transformação. No primeiro, a turma discute o que é ciência e qual é sua função social e, depois, coloca a mão na massa em projetos pessoais de pesquisa e de divulgação científica. No segundo, aulas de empreendedorismo social e de governança estimulam os jovens a pensarem em soluções para problemas contemporâneos. Em ambos, o processo de escolha da carreira está no foco, mas seguem em paralelo o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e de um olhar acurado sobre a realidade, ainda que com diferentes lentes.    

“O Novo Ensino Médio precisa ser revisto? Estudos acadêmicos e a própria observação da realidade mostram que sim,” comenta Mariana Stockler, mantenedora do Colégio Stockler. “Iniciativas de redes públicas e particulares, todavia, deixam claro que é possível trilhar caminhos de mudança que aumentem o interesse dos estudantes pela escola, melhorem a qualidade de sua formação e reduzam as estatísticas de abandono.”

 

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