Construtoras superam aumentos de custos e Selic em alta para manter lançamentos

O atual cenário econômico tem sido desafiador para o mercado imobiliário. De um lado, o aumento dos custos da construção civil, que, segundo o Índice Nacional do Custo de Construção (INCC) da Fundação Getulio Vargas, subiu 8,44% de janeiro a julho. Por outro, o ciclo de alta dos juros, com a taxa Selic elevada para 13,75%, encarece o acesso ao crédito, crucial para manter o mercado imobiliário aquecido, uma vez que muitas pessoas fazem empréstimos para realizar o sonho da casa própria.

 

Apesar desse cenário, a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Ieda Vasconcelos, ressalta a confiança dos empresários da construção com a perspectiva de melhora do cenário. A Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com apoio da CBIC, aponta que os construtores têm a expectativa de que, nos próximos seis meses, esse cenário será de resultados positivos. 

 

“A confiança está na demanda por imóveis e esse otimismo significa que eles não vão parar de produzir”, afirma a economista. “O ciclo de produção deve continuar até o próximo ano, o que gera essa expectativa positiva e, apesar do arrefecimento de demanda, ela ainda é consistente”, ressalta.

 

Para superar os desafios e manter o setor aquecido, as construtoras têm trabalhado para oferecer aos consumidores projetos inovadores e em regiões atrativas. Uma delas, que atua há 45 anos em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, aposta no mercado carioca, onde prevê gerar negócios de aproximadamente R$ 600 milhões. A empresa apresentou, em julho, um projeto imobiliário na região do Porto Maravilha, na capital fluminense, com 1.472 unidades residenciais e quatro lojas comerciais em um terreno de aproximadamente 20 mil metros quadrados. “A região do Porto Maravilha foi revitalizada recentemente e é um dos lugares com mais estrutura para receber empreendimentos residenciais no Rio de Janeiro”, afirma Andre Campos, vice-presidente da Emccamp.

 

Já em Minas Gerais, uma incorporadora que atua no segmento de alto luxo optou pela infraestrutura do bairro Funcionários em Belo Horizonte para lançar um empreendimento com 52 unidades residenciais. O diretor financeiro da RKM Engenharia, Rodrigo Junqueira, avalia que, nos últimos meses, o efeito inflacionário, os aumentos de custos de materiais e as elevações das taxas de juros estão causando fortes impactos no mercado da construção civil. “Tudo isso gerou uma grande incerteza no mercado, mas também algumas oportunidades”, comenta. 

 

Segundo ele, o mercado imobiliário residencial vem, nos últimos dois anos, registrando valorização acima da média. “Isso ocorre devido às pessoas estarem mais ligadas aos imóveis, passando mais tempo em suas residências, o que gerou uma demanda sustentável e rentável.” Considerado um “bem de raiz”, o imóvel sempre foi um “porto seguro” para alocação de recursos, “principalmente em momentos conturbados como o atual”.

 

A avaliação é compartilhada pela diretora de uma rede de imobiliárias e presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes. Segundo ela, independentemente da conjuntura econômica, comprar imóvel é um investimento que, em longo prazo, supera o CDI “e é mais seguro”.

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